Quando pensamos na finitude, somos inevitavelmente convidados a falar de vida. E quando refletimos sobre a vida, a fé se torna um alicerce fundamental para compreendermos a nossa existência e o momento da despedida.
Foi com esse propósito que o Grupo São Judas Tadeu lançou o projeto “Despedida aos Olhos da Fé“.
Essa iniciativa nasce do desejo de acolher as famílias de maneira integral, oferecendo não apenas suporte estrutural, mas também palavras que tocam a alma. O projeto traz a visão de líderes religiosos de nossa comunidade para entender como cada crença enxerga o momento do adeus e como a espiritualidade pode ser um refúgio para o coração.
Para iniciar essa jornada de reflexão, trazemos os ensinamentos do Padre Álvaro Macagnan, pároco de Videira, que compartilhou a visão da Igreja Católica sobre o luto e a esperança.

A morte como Páscoa: uma passagem para a vida plena
Para a fé católica, o falecimento não é o fim, é uma passagem.
Como explica o Padre Álvaro, nossa vida terrena é como uma “tenda provisória”. O momento da partida é, na verdade, o retorno para o nosso endereço definitivo. Por isso, embora a dor da despedida seja real e o luto um processo natural, a fé traz uma dimensão de esperança: a certeza de que aquele que parte vai ao encontro do Pai e da plenitude da vida.
A importância dos rituais de despedida
A cerimônia de despedida tem um papel essencial nesse processo. Pedindo a Deus que o ente querido seja acolhido na eternidade. Mas o ritual não é apenas para quem parte, ele é fundamental para quem fica.
A oração e a celebração da missa são formas de consolar a família e transformar o choque da perda em serenidade, lembrando que o amor construído não se desfaz.
Afinal, a Igreja Católica aceita a cremação?
Uma dúvida muito comum foi esclarecida pelo Padre Álvaro neste episódio.
Antigamente, a Igreja restringia a prática. Isso ocorria porque, durante a Revolução Francesa, a cremação foi utilizada por grupos contrários à fé como uma forma de afrontar a crença na ressurreição dos corpos. Naquele contexto, optar pela cremação era visto como um ato político de negação da vida eterna.
Porém, esse cenário mudou. Há mais de 50 anos, após o Concílio Vaticano II, a Igreja entende que essa motivação não existe mais. Hoje, não há nenhuma restrição religiosa quanto à cremação.
Para a Igreja, tanto faz o sepultamento ou a cremação. O que realmente importa não é o método, mas sim a fé na ressurreição e a confiança na misericórdia de Deus.
Um convite à reflexão
O projeto Despedida aos Olhos da Fé busca respeitar e celebrar a diversidade de crenças, trazendo sempre uma mensagem de conforto.
Se você deseja se aprofundar no tema e conferir a entrevista completa com o Padre Álvaro, o conteúdo em vídeo está disponível em nossas redes sociais oficiais. Acesse clicando aqui.
Que essa reflexão ajude a trazer paz ao seu coração, lembrando que, independentemente da crença, a memória e o amor são eternos.