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Luto não reconhecido? Sim, existe e deve ser levado a sério

O termo “luto não reconhecido” pode até não ser usado por muita gente. Mas ele existe e pode ser associado à perda de um bebê ainda na barriga da mãe, ao término inesperado de um relacionamento amoroso duradouro e até mesmo quando morre ou some um animal de estimação.

Vamos entender isso melhor?

Situações de luto não reconhecido

Vínculo mãe-bebê é interrompido

Muitas mulheres relatam que, quando perdem um filho ainda no ventre ou mesmo quando nascem de forma prematura e acabam morrendo, percebem uma cobrança para que se recuperem logo e que pessoas próximas não entendem a tristeza profunda pela qual elas passam nestas ocasiões.

Por isso que estes são exemplos de luto não reconhecido. Porque a formação do vínculo mãe-bebê, que é tão importante, é rompido bruscamente.

A perda gestacional e neonatal são fenômenos mais comuns do que imaginamos. Só para se ter uma ideia, a perda gestacional ocorre entre 15 e 20% dos casos de gestação clinicamente diagnosticados.

Esquecer não é fácil nem rápido

Outra situação que designa bem o luto não reconhecido é o término de um relacionamento amoroso duradouro.

Para facilitar entendimento, vamos usar um exemplo de um casal de namorados que ficou junto 5 ou 6 anos se dando muito bem e, de uma hora para outra, um dos lados termina o relacionamento.

A sensação de perda também aqui é mais do que natural. O lado que foi apenas informado passa por uma dor profunda porque perde alguém que fazia parte da sua vida.

E que apesar de vivo, é como se tivesse morrido. Embora aos olhos dos outros pareça fácil esquecer, até que a pessoa se recupere, se restabeleça emocionalmente e possa partir para uma outra nova relação demora um certo tempo.

É este período que pode ser chamado de luto não reconhecido.

Só quem tem conhece a dor

A morte ou sumiço de um animal de estimação, especialmente em situações em que  o papel do bichinho para a família toda ou para um determinado indivíduo se torna essencial, também significa o rompimento de um forte vínculo afetivo.
A dor causada pela perda é profunda e quando não valorizada pelos outros pode se configurar luto não reconhecido.

Como levar a sério e ajudar?

Existem inúmeros exemplos de luto não reconhecido, passando por casos de infidelidade conjugal, passagem da vida ativa para a aposentadoria, perdas durante a adolescência, desaparecimento de entes queridos, entre outros.

Mas com o conceito já compreendido, vamos mostrar como quem está de fora da situação pode ajudar:

    • Embora o luto seja essencialmente um processo solitário, como qualquer dor, respeite o fato de que cada um tem sua forma particular de administrar seus sentimentos e suas técnicas pessoais para viver suas perdas.
    • A própria palavra “luto” significa um sentimento profundo de tristeza e pesar pela morte de alguém querido. Mas mesmo que não tenha ocorrido uma morte, o processo envolve saudade e consternação e pode estender-se até que o enlutado aceite e se conforme. Portanto, ajude a pessoa a se reconstruir e a se organizar emocionalmente.
    • Como outras questões emocionais, psíquicas e cognitivas, o luto não reconhecido não deve ser confundido com “mimimi” ou “frescura”. Quem passa por isso se sente verdadeiramente sozinho. Portanto, não simplesmente se afaste.
    • O não reconhecimento da dor por quem a sente ou por quem o cerca pode levar ao adoecimento devido ao estresse e outros desajustes emocionais. Tente entender a perda do outro como relevante e se achar pertinente, aconselhe a busca por uma ajuda profissional.

Leia nossos demais artigos e saiba lidar melhor com o luto, seja ele reconhecido ou não.

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