Com o objetivo de esclarecer e desmistificar algumas questões, vamos tentar juntos entender um pouco melhor a morte na perspectiva dos profissionais da saúde? Afinal, eles estão diariamente na linha de frente dos atendimentos médicos e precisam lidar com o morrer mais de perto e muito mais vezes que as pessoas que têm outras profissões.
Diante disso, os profissionais de saúde estão mais habituados a compreender a morte como algo natural. Sem o que, seria impossível manter a saúde psicológica. Infelizmente, alguns estudos comprovam que, temas relativos à morte vêm sendo negligenciados por instituições de ensino dedicadas à formação de profissionais da saúde.
Quando isso ocorre, tanto os já formados, quanto os estudantes de medicina, enfermagem, psicologia, assistência social, etc, também passam por momentos bem difíceis ao se depararem com a morte na prática de suas atividades.
Anos de experiência ajudam no enfrentamento da morte?
O que se sabe é que a experiência é uma aliada dos profissionais de saúde quanto ao enfrentamento da morte. Quanto maior o tempo de atuação no mercado de trabalho, maior a facilidade deles para lidar com a morte.
Uma curiosidade: existem pesquisas que mostram que independentemente da idade e do tempo de experiência do profissional, é mais difícil vivenciar a morte de um paciente quando este é uma criança ou jovem. De certo pela mesma razão alegada pelas pessoas em geral.
Temos a tendência de nos colocar no lugar de mães, irmãos e filhos de quem perde um ente querido e aí o sofrimento é quase inevitável. Uma das receitas para estas situações passa pela necessidade de se repensar e valorizar mais os bons momentos da vida e o contato próximo e caloroso com as nossas próprias famílias e amigos que nos são gratos.
Profissionais da saúde precisam se preparar melhor para lidar com a morte
Além de todas as atividades árduas e cansativas do dia a dia, os profissionais da saúde têm como responsabilidade comunicar o óbito do paciente aos familiares dele. Este é mais um capítulo bastante delicado e doloroso.
E é agravado porque o tema morte continua sendo um tabu na cultura ocidental. Já reparou como o assunto é muito pouco abordado em ambientes de trabalho, nas conversas com familiares e até quando o falecimento de alguém é praticamente certo durante a vida de alguém?
Acredite se quiser, mas mesmo durante a graduação dos profissionais da saúde, ainda há carência de espaços e disciplinas que tratem especificamente sobre a morte. Entre os psicólogos, é mais comum a recomendação de que eles também passem por sessões de psicoterapia do que entre médicos e enfermeiros.
Seja em clínicas ou hospitais, o ideal é que vivências e dificuldades enfrentadas no cotidiano desses trabalhadores possam ser abordadas. Até que isso seja uma realidade, cabe a cada pessoa que lida com a morte mais de perto se desenvolver para lidar melhor com os casos que falamos até aqui.
Cuidado humano diante a morte
Quando na formação teórica e prática dos profissionais de saúde há o aprendizado de que a morte no exercício da profissão não deve ser interpretada como fracasso, tudo tende a ficar mais fácil para eles.
O estudo sobre as representações sociais da morte e sobre o processo de luto desencadeado por este evento na saúde deles é fundamental. Quem presta assistência a pacientes em todas as suas dimensões têm o direito de contar com instituições que, além de investir na sua capacitação, se responsabilizem, também, pelo desenvolvimento de habilidades emocionais.
Desta forma, os profissionais de saúde correm menos riscos de sofrerem devido ao esgotamento e, ao mesmo tempo, ficam mais conscientes e aptos para praticar o conceito da humanização da assistência.
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