Quando alguém perde um ente querido, as consequências no seu estado emocional são delicadas. Dependendo do grau de proximidade e das peculiaridades de cada situação, a morte de um familiar desencadeia uma série de emoções. Veja como administrar o caso de uma pessoa em luto no ambiente de trabalho.
Na medida em que as emoções afloram, os sentimentos provocam, além de tristeza e dor, sentimentos contraditórios que, principalmente no início do processo, a própria pessoa tem dificuldade para lidar. Daí a sutileza com que ela deve ser tratada no ambiente de trabalho.
Estamos falando de possíveis alterações no humor, comportamentos inesperados, desânimo, revolta e falta de energia para realizar até mesmo as atividades mais simples. Este quadro resume o que uma perda pode impactar na vida da pessoa em luto.
Como a pessoa em luto se relaciona com o ambiente de trabalho
Quando o funcionário volta ao trabalho depois da morte de algum familiar ou de uma perda gestacional, é natural uma certa desorganização no seu raciocínio e na forma de retomar às funções. Podem ocorrer erros, atrasos, dificuldade de concentração, baixa produtividade, irritabilidade, falta de motivação, isolamento social, esquecimentos, enfim… Perda de foco.
Isto não é regra geral. Conforme a personalidade da pessoa em luto e sua forma de encarar os fatos, há diferenças no seu estado geral. Há aqueles, inclusive, que voltam bem para a vida profissional, sem apresentar dificuldades aparentes. Isto não quer dizer que não esteja sofrendo, mas está usando a técnica interna de retomar às atividades profissionais como uma maneira de superar o luto.
Já em determinados casos, podem aparecer doenças como depressão e outras causadas pela baixa imunidade e consequentes de uma mudança brusca nos hábitos alimentares ou falta de sono.
Atitudes do chefe e colegas amenizam a dor e ajudam a superar a perda
Depois do falecimento, a assistência dos colegas de trabalho e superiores é fundamental para que a pessoa em luto perceba que tem aliados no ambiente de trabalho. Fica difícil estabelecer um período para a total recuperação. Pode levar alguns meses e até um ano.
O importante é que as empresas não façam vistas grossas para este tema. Ignorar a dor da perda é demonstrar falta de real interesse pela qualidade de vida dos funcionários. O luto precisa ser vivenciado em todas as suas fases, para que o enlutado possa, aos poucos, entender e aceitar a perda.
A pessoa passa mais horas no ambiente corporativo do que no seu próprio lar. Por isso, o acolhimento num momento desses é tão importante. Além de cumprir a legislação trabalhista, caso o funcionário seja contratado em regime de CLT, há algumas atitudes, estratégias e políticas que podem ser aplicadas.
Demonstrar empatia e humanidade, conversar para entender melhor as circunstâncias da perda e dificuldades, oferecer ajuda em algum aspecto são alguns exemplos que confortam e são valorizados pela pessoa em luto.
O ombro amigo pode vir do gestor imediato, de um gerente de RH ou representante da área, dos demais colaboradores e até mesmo de um assistente social, no caso de empresas de maior porte.
Quando o funcionário se sente amparado, ele retorna após um dia de trabalho à sua família, muito melhor preparado para dar suporte a outras pessoas que também estão em luto.
Veja o que mais fazer:
- Com a devida permissão da pessoa enlutada, comunique a morte para os colegas mais próximos, informando horário e local de velório e enterro;
- Avalie a possibilidade de envio de uma coroa de flores para a cerimônia fúnebre;
- Se a pessoa em luto demonstrar vontade de ficar mais reservada, respeite. Deixe que ela mostre o momento ideal para um bate-papo;
- O mesmo vale para a privacidade. Há casos em que a pessoa prefere não dar muitos detalhes, principalmente quando a morte envolve violência e suicídio. Não insista;
- Reorganize as atividades da equipe, transferindo tarefas para outros funcionários;
- Se necessário, mude o serviço da pessoa em luto. Viagens, por exemplo, são difíceis de serem realizadas;
- Verifique a possibilidade de horários mais flexíveis, jornadas diferenciadas e home office;
- Ao notar agravamento dos sintomas do luto, proponha uma ajuda psicológica financiada pela empresa ou a participação em um grupo de apoio no luto.
Com estes gestos de solidariedade, a pessoa em luto retorna logo às suas atividades e ainda mais segura e comprometida! Compartilhe este artigo nas suas redes sociais.