Para superar o luto, é importante vivenciar cada etapa do processo. A aceitação da morte de alguém querido vem como um resultado natural. Entre as possibilidades deste período, manter viva a memória de quem partiu e preservar alguns objetos pessoais propicia uma sensação leve e positiva.
É bom abrir espaço para a saudade e as boas lembranças ocuparem o lugar da tristeza. E os rituais de despedida são úteis porque resgatam o desapego e a vitalidade de quem fica. A elaboração da perda leva um tempo diferente para cada pessoa. A vivência e os cuidados com a saúde física e mental dependem muito das circunstâncias da morte:
- Se por acidente;
- Óbito repentino;
- Partida precoce;
- Doenças longas;
- Idade;
- Vínculo sentimental que era compartilhado em vida;
- Fé, crenças religiosas, etc.
Luto que esclarece e concretiza a morte
Todo período de luto é marcado pela ruptura de um laço afetivo. Como tal, é natural que cause dor, aflição, tristeza, saudade, impotência, culpa e aflição.
Quando rituais de despedida não podem ser realizados, tudo fica mais difícil. Basta ver o desespero das pessoas que não podem participar do velório e enterro de familiares queridos. Seja devido à pandemia atual ou desaparecimento do corpo, como nos eventos trágicos em Mariana e Brumadinho (MG), por exemplo.
É nas cerimônias fúnebres que os familiares costumam encontrar conforto. A presença afetuosa de amigos é um bálsamo. Os encontros contribuem pra preservar a memória de quem se foi e trocar boas lembranças. Estes momentos minimizam a descrença e a ansiedade.
É saudável preservar a memória
Preservar a memória traz um impacto positivo para os enlutados porque amplia o entendimento de quanto a pessoa que morreu foi importante. O processo do luto torna-se menos intenso e duradouro. E os familiares conseguem aceitar a morte como parte da vida, processando melhor a ausência.
É bom lembrar que os rituais de despedida variam conforme a religião e a cultura de cada país. Porém, todos eles têm o objetivo de trazer conforto espiritual. Não existe uma receita única que serve pra todos. Cabe a cada indivíduo escolher o que faz mais sentido particularmente.
Elaboração e ressignificação: Dicas práticas
O luto é uma experiência humana subjetiva com diversos mecanismos psíquicos. Mas não há padrões. O que existem são dicas que ajudam a elaborar e a ressignificar a morte. Vamos a elas?
- Monte um livro de condolências físico ou virtual pra quem quiser deixar mensagens para os familiares;
- Acenda uma vela, faça uma oração ou simplesmente tire alguns minutos do dia para pensar nos bons momentos da convivência;
- Evite ficar sozinho. Talvez por alguns momentos ou dias, a solidão seja boa. Mas depois de um determinado período, procure a companhia de familiares e amigos que você quer bem;
- Tente, aos poucos, reorganizar e reconstruir sua própria vida. Por mais que você gostasse da pessoa que partiu, a vida segue sem ela;
- Se perceber que o luto está se estendendo muito e que, sozinho, você não é capaz de superar a perda, busque auxílio profissional de um médico psiquiatra ou de um psicólogo. Eles sabem como tratar a dor da perda;
- Melhore sua condição emocional montando uma caixa de memórias com lembranças da pessoa querida. Por exemplo, documentos, fotos de vocês juntos, frasco do perfume que ela usava, cartas e presentes;
- Se houve cremação, jogue as cinzas da pessoa falecida em um lugar que ela gostava. Pode ser praia, campo ou águas de um rio;
- Experimente falar em voz alta com a pessoa falecida. Em frente ao túmulo ou mesmo em casa. Também pode ser uma forma de sentir alívio;
- Não tenha pressa em lidar com os pertences. Quando sentir que é hora, jogue fora o que não for mais aproveitável. Devolva objetos que foram emprestados para seus antigos donos;
- Divida entre você e os demais familiares de forma justa as peças valiosas afetiva ou financeiramente;
- Lembre-se das entidades beneficentes da sua cidade na hora de doar o que sobrou.
Entenda melhor agora como respeitar a vontade de quem quer ser cremado.